Agentes estão nas ruas cumprindo 14 mandados de prisão temporária em São
Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal; investigadores apontam que o grupo
criminoso conseguiu abocanhar 180 milhões de reais em projetos
Por: Rodrigo Rangel / Veja Online
Polícia
Federal deflagra Operação Boca Livre, em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito
Federal(Vagner
Rosário/VEJA)
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a Operação Boca Livre, que
tem como alvos empresas que atuam na captação de recursos por meio da Lei
Rouanet. Uma das suspeitas é a empresa Bellini Cultural, responsável pela
captação de incentivos, por meio da Lei Rouanet, para a publicação de livros,
promoção de grandes artistas, como Roberto Carlos e Daniela Mercury, e
exposições de painéis fotográficos.
Ao todo estão sendo cumpridos 14 mandados de prisão temporária e 37 de
busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Os
investigadores apontam que, ao longo de 20 anos, o grupo criminoso conseguiu
abocanhar 180 milhões de reais em projetos a partir de superfaturamento de
contratos, notas fiscais falsas e projetos duplicados.
Segundo a PF, as investigações apontaram que eventos corporativos, shows
com artistas famosos em festas privadas, livros institucionais e até mesmo um
casamento foram financiados com dinheiro público captado por meio da Lei
Rouanet.
Na operação de hoje, além da Bellini, são citadas as empresas Scania,
KPMG e o escritório de advocacia Demarest, Roldão, Intermedica Notre Dame,
Laboratório Cristalia, Lojas 100, Nycomed Produtos Farmacêuticos e Cecil. Os
presos são acusados de organização criminosa, peculato, estelionato contra
União, crime contra a ordem tributária e falsidade ideológica.
Os presos devem responder pelos crimes de organização criminosa,
peculato, estelionato contra União, crime contra a ordem tributária e falsidade
ideológica.
Na Operação Lava Jato, que desvendou o bilionário esquema de cobrança de
propinas em contratos com a Petrobras, a força-tarefa da Operação Lava Jato
recolheu indícios que podem colocar em xeque a lisura de iniciativas culturais
do país por meio da Lei Rouanet. O delegado da Polícia Federal Eduardo Mauat,
por exemplo, encaminhou ofício ao Ministério da Transparência Fiscalização e
Controle solicitando detalhes sobre os 100 maiores recebedores e captadores de
recursos via Lei Rouanet nos últimos dez anos. Ele quer saber os valores
recebidos pelos 100 maiores beneficiários naquele período discriminando a
origem (Fundo Nacional de Cultura ou Fundos de Investimento Cultural e
Artístico), os responsáveis por aprovar a liberação de verbas e também se houve
prestação de contas dos projetos aprovados.
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